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19 de agosto de 2016

MUDANÇA NÃO TEM HORA | Intolerância à Lactose ou Alergia à Proteína do Leite

Intolerância ou alergia? Muitas pessoas se confundem com os sintomas causados devido a intolerância à lactose e alergia à proteína do leite, então convidamos os amigos Melissa, Alexandre e o bebê Davi para nos ajudarem a esclarecer alguns fatos sobre a proteína do leite e lactose, para que vocês entendam os motivos de muitas crianças e adultos passarem longe de seus derivados. Aproveitamos para contar também um pouquinho da história do Davi e da mudança de hábito que a Melissa e o Alexandre tiveram que fazer após seu nascimento.




UMA MUDANÇA REPENTINA: Nossa História
Durante a gestação tudo foi tranquilo. O Davi crescia saudável e a mamãe Melissa não teve nenhuma complicação no parto. Com apenas 10 dias de vida, aconteceu o primeiro susto do casal quando o Davi demonstrou uma espécie de crise estomacal e, no mesmo dia, vomitou mais de 30 vezes. Como pais de primeira viagem, a Melissa e o Alexandre ficaram apavorados e imediatamente levaram o menino para a emergência. Inicialmente, o médico achou que pudesse ser uma má formação do aparelho digestivo, mas depois de alguns exames verificou-se que poderia ser uma reação alérgica. Para proporcionar a melhora rápida do bebê, a Melissa precisou testar durante 30 dias seguidos o corte de alguns itens da sua alimentação, principalmente aqueles que continham lactose e proteína do leite. Com o passar do tempo, ela observou que o Davi começou a demonstrar uma melhora, confirmando ao casal que se eles não mudassem seus hábitos alimentares imediatamente, a alergia do Davi poderia desencadear problemas sérios e até risco de vida. Foi aí que tudo começou. Drasticamente - e aqui eu digo a palavra "drástica" porque ambos, como companheiros que são, tiveram que pesquisar muito e realmente adaptar as suas rotinas alimentares da noite para o dia - as refeições passaram a ser zero lactose e proteína do leite, e este processo não foi nada fácil. Desde o pãozinho de padaria, até a massa quatro queijos, a pizza, chocolate, leite, ovos, bolos e até cosméticos que continham derivados de ovos e proteína de leite tiveram que ser cortados! Na alimentação da Melissa, tudo que passasse para o leite materno deveria ser controlado, pois o Davi ainda mama no peito, e a maior dificuldade para a Melissa até hoje é justamente comer na rua, onde não há uma separação dos maquinários e utensílios que contenham resquícios dos derivados da proteína. 



Agora vocês imaginem controlar tudo que há nos alimentos, tanto em casa quanto no trabalho. Essa é a rotina da Melissa e de muitas mamães que ainda amamentam por aí, pois precisam estar atentas a cada alimento que ingerem para não serem as responsáveis pelo desencadeamento da alergia de seus filhos. Complicado né? E quão determinadas são estas mulheres a protegerem seus filhos, colocando seus prazeres culinários em segundo plano. Nesse processo, a Melissa perdeu 22 quilos, tanto pela gestação e amamentação, quanto pela restrição de vários alimentos. 



Para o Alexandre - e aqui faço outra pausa para dizer o quanto o admiro como esposo e pai - a mudança teve que acontecer também. Quando você possui um motivo maior, qualquer esforço vale a pena, e o Alexandre esteve ao lado da Melissa desde então, incentivando e a acompanhando em uma alimentação equilibrada e com restrições, para que ela não sentisse sozinha. Legal, não é? Quanto ao Davi, está cada dia mais lindo, fofo, gordinho e muito saudável! Hoje já come papinha de feijão, frutas e legumes. Para os papais, essa experiência vem servindo para unir a família, aprender a cozinhar coisinhas saudáveis e a lidar com a condição do bebê até que um dia ele já não tenha mais sinais da alergia. 



Essa história serve de exemplo para que todas as pessoas que sofrem de intolerância ao açúcar do leite (lactose) ou alergia à proteína do leite, procurem um médico e façam as mudanças necessárias sem sofrimento. Tudo é adaptável e, para provar que não precisa haver sofrimento, pedimos para a Mel nos ensinar uma das suas receitinhas especiais e que pode ser feita em casa, sem derivados da proteína do leite. Além de dividir aqui no Agenda um dos seus segredos culinários, ela fez para nós provarmos no dia da entrevista e gravamos o passo-a-passo para vocês. Confere aí o vídeo:


CUCA DE BERGAMOTA
Ingredientes
2 xícaras de farinha de trigo branca ou integral
1 colher de sopa de fermento para bolo
1 xícara de óleo
3 Bergamotas com casca 
2 xícaras de açúcar
* Canela à gosto
* Farofinha da Cuca - 4 colheres de sopa de farinha de trigo, 4 colheres de sopa de açúcar e Óleo. Misturar o quanto bastar para formar as “bolinhas” da farofa.

Modo de Preparo: Bata no liquidificador o óleo, as bergamotas (sem semente), as cascas das bergamotas e o açúcar. Em uma vasilha, misture o creme que se formou com a farinha e por último, adicione o fermento. Coloque em uma forma untada e por cima espalhe a farofinha. Leve ao forno para assar por aproximadamente 30 minutos, à 180 graus, e sirva morno ou frio.



INTOLERÂNCIA À LACTOSE x ALERGIA À PROTEÍNA DO LEITE

A intolerância é algo que pode se desenvolver ao longo do tempo, por uma dificuldade do organismo em digerir a lactose (açúcar do leite) devido à diminuição ou ausência da enzima que a digere, a lactase. A alergia é uma reação do sistema de defesa do organismo às proteínas dos alimentos, ácaros, pólen, pelo de animais etc, portanto é uma reação as proteínas do leite, tais como caseína, alfa-lactoalbumina, beta-lactoglobulina. Não existe alergia à lactose, uma vez que a lactose é o açúcar do leite.

DIAGNÓSTICO
1) Alergia à Proteína do Leite - Com acompanhamento médico, inicia-se pela história clínica e sintomas. O diagnóstico só é confirmado quando há ausência dos sintomas durante a dieta isenta das proteínas do leite e através do Teste de Provocação Oral, que consiste em reintroduzir o leite e seus derivados em pequenas e progressivas doses, e tudo com acompanhamento médico.
2) Intolerância à Lactose - Observação dos sintomas associados à ingestão de alimentos com lactose. Em alguns casos, são solicitados exames médicos.

IDADE MAIS COMUM

1) Alergia à Proteína do Leite - Raramente em adultos, a alergia aparece em crianças e principalmente bebês. No caso dos bebês, a mãe pode e deve continuar amamentando, porém seguindo uma dieta especial (sob orientação médica e/ou nutricional) com restrição à leite, derivados e alimentos que contenham proteínas do leite. Caso o bebê não esteja mais se alimentando por meio de leite materno, é necessário retirar o leite de vaca e seis derivados da dieta, além de todos os alimentos preparados com as proteínas do leite, principalmente os industrializados que possam conter ingredientes derivados, tais como caseína, caseinato, soro do leite ou proteínas do soro.
2) Intolerância à Lactose - É mais comum em adultos e idosos. O tratamento deve ser realizado conforme o aparecimento dos sintomas e dependente da quantidade de lactose ingerida, sem a necessidade de exclusão total de leite e derivados, justamente para avaliar quanto o indivíduo tolera o consumo.

SINTOMAS
1) Alergia à Proteína do Leite - Os sintomas podem ocorrer em minutos, horas ou ao longo de dias após a ingestão de leite de vaca ou derivados, e os mais comuns são digestivos (vômitos, cólicas, diarréias, dor abdominal, prisão de ventre, presença de sangue nas fezes, refluxo etc), respiratórios, reação anafilático, pouco ganho de peso e altura e cutâneos (urticária e dermatites de moderado à grave). 
2) Intolerância à Lactose - Após ingestão de leite, podem ocorrer em minutos ou horas, sendo os sintomas diarréia, cólica, gases e distensão abdominal (barriga estufada).


ALIMENTOS
É importante diferenciar a intolerância à lactose da alergia à proteína do leite, pois alguns alimentos sem lactose possuem as proteínas do leite e não podem ser consumidos pelos alérgicos. Fora o leite, para os alérgicos é importante observar alguns alimentos na sua dieta, tais como: manteiga, doces, extrato de tomate, fermento lácteo, Diacetil (ingrediente normalmente usado em cerveja ou pipoca amanteigada), etc.
Click aqui e saiba mais: www.alergiaaoleitedevaca.com.br/tratamento/dieta-isenta-de-proteina/dieta-isenta-de-proteina-leite

Atenção: mesmo que o alimento seja isento ou 0% lactose é preciso ler o rótulo e checar se ele é isento de ingredientes que contêm as proteínas do leite.  Exemplo:

"Zero Açúcares, 0% lactose, 50% de cacau, apenas 94kcal. 
Ingredientes: Cacau, polidextose (fibra alimentar), gordura anidra de leite, edulcorantes natural maltitol e artificial sucralose, emulsificantes ricinoleato de glicerila e lecitina de soja, aromatizante. Contém Glúten. Contém traços de 
amendoim".

De acordo com a Sociedade Europeia de Gastroenterologia, Hepatologia e Nutrição Pediátrica (ESPGHAN, 2012), estima-se que:
- 1 a 17% das crianças menores de 3 anos possuem sintomas sugestivos de alergia à proteína do leite
- 2 a 3% das crianças < 3 anos têm alergia
- 0,5% em bebês amamentados exclusivamente possuem alergia
- < 1% das crianças > 6 anos possuem alergia

Ao constatar qualquer um destes sintomas, procure um médico especialista (alergista ou gastro) para que ele possa investigar melhor e considerar hipótese de alergia à proteínas do leite, ou intolerância ao açúcar (lactose). 
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Texto: Ágatha Prudêncio
Participação: Melissa Hotta e Alexandre Ricardo
Imagens: Reprodução
Fotógrafa: Jennifer Inda
Saiba mais em:
http://www.alergiaaoleitedevaca.com.br
http://www.brasil.gov.br/saude/2014/08/fique-atento-aos-sintomas-de-alergia-a-proteina-do-leite
http://www.minhavida.com.br/saude/temas/intolerancia-a-lactose
http://www.mdsaude.com/2013/08/intolerancia-a-lactose.html

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